A escassez de colírios para tratamento de glaucoma voltou a ser denunciada por pacientes em Ilhéus. Durante o programa O Tabuleiro, da Rádio Ilhéus FM, nesta quinta-feira (28), ouvintes relataram que estão sem receber o medicamento há meses: uma paciente disse estar sem fornecimento desde novembro de 2024, e outro afirmou que a situação se arrasta desde agosto do ano passado.
Determinação judicial descumprida
O problema persiste apesar de uma decisão da 1ª Vara da Fazenda Pública de Ilhéus, emitida em março de 2025, que obrigou o município a garantir a continuidade do Programa de Tratamento do Glaucoma pelo SUS. A sentença, da juíza Monique Ribeiro de Carvalho Gomes, estabeleceu que a prefeitura deveria assegurar o fornecimento regular dos medicamentos, sob pena de multa de R$ 500 mil em caso de nova interrupção.
Na decisão, a magistrada destacou que a falta de repasses ao Hospital de Olhos de Ilhéus vinha provocando suspensões reiteradas do atendimento, colocando em risco a saúde e a qualidade de vida dos pacientes. Ela também reforçou que questões orçamentárias não podem ser usadas como justificativa para negar direitos básicos à população.
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Falas da gestão municipal
Em entrevistas anteriores, a secretária de Saúde de Ilhéus, Sonilda Mello, afirmou que o município retomou a distribuição dos colírios após alinhamento de pagamentos com clínicas credenciadas, como a OftalmoSul, a Clínica de Olhos e, mais recentemente, a Nova Visão, incluída por chamamento público.
Segundo a gestora, o objetivo é reduzir a fila e normalizar o atendimento:
“Estávamos com pessoas desde março de 2024 sem receber colírio. Fizemos novos credenciamentos e estamos tentando minimizar o problema, para em breve zerar a fila”, afirmou.
Acompanhamento do MP
O Ministério Público da Bahia informou que instaurou procedimento para acompanhar o cumprimento da sentença, reforçando que o município deve garantir imediatamente a continuidade do tratamento