
A deputada federal Ivoneide Cateano (PT) apresentou à Câmara um um pedido para uma moção de repúdio ao presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump. A medida ocorre após o anúncio do tarifaço contra o Brasil pelo mandatário norte-americano.
No requerimento assinado por Ivoneide, que é titular na Comissão de Indústria, Comércio e Serviços, é argumentado que a tarifa de 50% imposta por Trump sobre os produtos brasileiros “não tem qualquer base técnica ou comercial legítima”.
“Manifestamos nosso firme repúdio à decisão do presidente Donald Trump de impor absurdas tarifas de 50% às exportações brasileiras, com fundamento em deslavadas mentiras assacadas contra o Brasil, um país pacífico e cordato, e seu sistema de justiça, o qual destaca-se por seu firme compromisso com o devido processo legal e sua sólida independência, ante indevidas pressões políticas, internas e externas”, diz um trecho do documento.
É informado ainda que a decisão trata-se de “uma retaliação arbitrária e uma afronta direta à soberania brasileira, feita para alimentar narrativas golpistas e antidemocráticas”.
“Destacamos que tal medida, brutal e absurda, não possui quaisquer justificativas técnicas, pois o Brasil, desde 2009, apresenta, sistematicamente, déficit comercial com os EUA, tanto em comércio de bens quanto em comércio de serviços, o que ocasionou um prejuízo acumulado ao Brasil de cerca de US$ 88, 8 bilhões, apenas no comércio de bens”, aponta o requerimento.
Na petição é informado que interesses de empresas que exportam produtos estratégicos aos EUA podem ser afetados, impactando diretamente na comercialização de mercadorias como: aviões, peças de carros, suco de laranja, carnes e aços.
O requerimento assinado por Ivoneide é de autoria do líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, Lindbergh Farias. Além da petista baiana, governistas da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços como Jack Rocha e Alexandre Lindenmeyer também apresentaram um pedido de moção de repúdio a Donald Trump.
Impactos na Bahia
Nesta segunda-feira (14), o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), José Trindade, afirmou que a Bahia está sendo impactada com o tarifaço devido a alta no preço dos materiais usados para construções.
Para o diretor da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), José Acácio Ferreira, setores estratégicos da economia baiana, como o cacau, os óleos combustíveis e a produção de pneus devem ser mais devem ser os mais impactados pela nova taxa imposta.