Município de Campo Formoso, chefiado por Elmo Nascimento, foi apontado pelas autoridades como o “epicentro” de desvios de emendas parlamentares e corrupção

A 5º fase da Operação Overclean, deflagrada nesta quinta-feira (17), teve como foco o município de Campo Formoso, na Bahia, apontado pelas autoridades como o “epicentro” de desvios de emendas parlamentares, corrupção e lavagem de dinheiro. Com o desdobramento, cerca de três familiares do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil) entraram na mira da Polícia Federal.
De acordo com informações da coluna Marielle Pinheiro, do Metrópoles, entre os investigados na Operação Overclean estão o prefeito de Campo Formoso, Elmo Aluízio Vieira do Nascimento, irmão de Elmar Nascimento, o assessor parlamentar Amaury Albuquerque Nascimento e o ex-vereador da cidade, Francisco Nascimento, ambos primos do deputado.
Na nova fase, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Elmo Nascimento. A prefeitura de Campo Formoso é suspeita de pagar milhões a empresas envolvidas em licitações fraudulentas com objetivo de desviar recursos oriundos de emendas parlamentares.
O assessor Amaury Nascimento é suspeito de atuar como um facilitador para empresas e empresários investigados. Ele seria o responsável por garantir contratos superfaturados em troca de vantagens ilícitas.
Já o ex-vereador Francisco Nascimento, que ganhou notoriedade no ano passado após jogar dinheiro pela janela durante uma ação da Polícia Militar, volta aos holofotes da Overclean após suspeitas de intermediar contratos fraudulentos com a prefeitura local.
Milhões bloqueados
Na nova fase da Operação Overclean foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal nas cidades de de Salvador (BA), Campo Formoso (BA), Senhor do Bonfim (BA), Petrolina (PE), Mata de São João (BA) e Brasília (DF).
Na capital baiana, mandados foram cumpridos em endereços de alto padrão, como o Edifício Holding Empresarial, na Avenida Tancredo Neves, e em outro condomínio de luxo no Horto Florestal.
A Justiça determinou o bloqueio de 85,7 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas. Um servidor público também foi afastado.