
A União Europeia decidiu manter suspensas, até o início de agosto, as medidas retaliatórias contra os Estados Unidos em meio à escalada das tensões comerciais entre os dois blocos. O anúncio foi feito neste domingo (13) pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, um dia após o presidente americano, Donald Trump, ameaçar impor tarifas de 30% sobre produtos europeus a partir de 1º de agosto.
A decisão de Bruxelas busca preservar o canal de diálogo aberto com Washington, apesar da retórica cada vez mais agressiva vinda da Casa Branca. Von der Leyen afirmou que a UE ainda aposta em uma solução negociada, mas alertou que o bloco “segue preparado” para agir, caso as ameaças se concretizem. “Continuamos trabalhando por um acordo, mas novas contramedidas estão prontas, caso sejam necessárias”, declarou.
A primeira leva de retaliações, congelada em abril, envolvia cerca de € 21 bilhões em produtos americanos, especialmente nos setores de aço e alumínio, e venceria nesta segunda-feira (15). Um segundo pacote, ainda em fase de discussão, poderá atingir até € 72 bilhões em exportações dos EUA, caso seja aprovado pelos Estados-membros.
Mesmo com o aumento das ameaças, a União Europeia ainda não pretende acionar o chamado Instrumento Anticoerção — ferramenta que autoriza a adoção de restrições comerciais contra países acusados de pressão econômica. O recurso, que só pode ser utilizado com aval conjunto dos países do bloco, inclui barreiras a bens e serviços, além de limitações a investimentos e áreas estratégicas de exportação.