Foto: Luana Neiva / bahia.baA deputada federal Erika Hilton (PSOL) voltou a criticar, nesta quinta-feira (30), em Salvador, a megaoperação realizada no Rio de Janeiro. A parlamentar classificou o ato como “genocídio” e acusou o governador da capital fluminense, Cláudio Castro (PL), de fazer um “palanque político”.
“É lamentável que o projeto de genocídio no Rio de Janeiro siga todo o curso. Combater a criminalidade no Rio, na Bahia, em São Paulo, é um dever dos governadores, é o dever do nosso país. Agora, não se pode matar pessoas sem identificação, entrar num território, atirar, torturar, decepar corpos, amarrar braços e dizer que isso é método de segurança pública. Isso é extermínio do povo preto. O governador ir às redes e à televisão dizer que foi uma ação bem-sucedida quando policiais foram assassinados, quando jovens foram assassinados, e dizer que todo mundo que morreu era bandido. Não se sabe ainda quem são as pessoas que morreram. Não há identificação”, criticou a deputada.
Hilton afirmou ainda que a operação revela uma política de segurança baseada na violência e na ausência de estratégias efetivas de combate ao crime. Segundo ela, o governo do Rio de Janeiro tem utilizado ações policiais letais como instrumento de visibilidade política.
“O que nós estamos vendo é, mais uma vez, o estado do Rio de Janeiro às vésperas das eleições, porque o governador, sem estratégia, sem inteligência, sem planejamento, não fez um plano contra o crime organizado, que cresceu durante a sua gestão. Se o crime organizado cresceu da maneira como cresceu no Rio de Janeiro, é porque ele foi um péssimo governador”, finalizou Hilton.
Megaoperação
A ofensiva, denominada Operação Contenção, teve início na madrugada de terça-feira (28) e se concentra nos complexos do Alemão e da Penha, zonas de intenso domínio do tráfico de drogas na capital fluminense.
Segundo o Governo do Rio de Janeiro, 121 pessoas morreram até o momento, em meio aos confrontos entre as forças de segurança e os criminosos. Pelo menos 72 corpos foram encontrados em uma área de mata na Penha, enfileirados em uma praça da comunidade.